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- Resenha: Dias Perfeitos - Raphael Montes
Postado por: Gabriela Oliveira
1 de maio de 2014
Classificação: 4 estrelas
Título original: Dias Perfeitos
Editora: Companhia das Letras
Autor: Raphael Montes
Nº de páginas: 274
Lançamento: 2014
Sinopse
Téo é um solitário estudante de medicina que divide seu tempo entre cuidar da mãe paraplégica e examinar cadáveres nas aulas de anatomia. Durante uma festa, ele conhece Clarice, uma jovem de espírito livre que sonha tornar-se roteirista de cinema. Ela está escrevendo um road movie sobre três amigas que viajam em busca de novas experiências. Obcecado por Clarice, Téo quer dissecar a rebeldia daquela menina. Começa, então, uma aproximação doentia que o leva a tomar uma atitude extrema. Passando por cenários oníricos, que incluem um chalé em Teresópolis e uma praia deserta em Ilha Grande, o casal estabelece uma rotina insólita, repleta de tortura psicológica e sordidez. O efeito é perturbador. Téo fala com calma, planeja os atos com frieza e justifica suas atitudes com uma lógica impecável. A capacidade do autor de explorar uma psique doentia é impressionante – e o mergulho psicológico não impede que o livro siga um ritmo eletrizante, repleto de surpresas, digno dos melhores thrillers da atualidade. Dias perfeitos é uma história de amor, sequestro e obsessão. Capaz de manter os personagens em tensão permanente e pródigo em diálogos afiados, Raphael Montes reafirma sua vocação para o suspense e se consolida como um grande talento da nova literatura nacional.
O que achei
Logo no início do livro, já conseguimos perceber um pouco sobre o personagem principal. Mesmo se você não ler a sinopse do livro primeiro, observamos que Téo é um personagem bastante característico. Ele não tem sentimentos. E isso é algo que ele mesmo aceita sobre si próprio.
Téo é estudante de medicina, e tem um amor surreal pela área. É um estudante bastante aplicado e surpreendentemente inteligente. Muito aplicado nos estudos e na sua área. Tem uma única amiga, que é nada menos que um cadáver, do qual ele chama de Gertrudes. O narrador é onisciente em 3ª pessoa, ou seja, ele narra os fatos sempre sob a visão do personagem e mostra os pensamentos dos dele também.
Téo é um psicopata. E o livro é sempre sob a perspectiva dele. Imagine.
Sua mãe é Patrícia, ela é cadeirante e é impressionante a forma com a qual Téo se relaciona com ela. Ele não sente amor.
Mas tudo muda na vida dele, quando ele conhece Clarice.
Clarice é uma personagem marcante, completamente liberal na sua vida, não tem medo de nada, é desbocada, fumante e bebe sempre mais que o conveniente, sem se importar com as consequências. Apesar de ser uma mulher bastante irresponsável, sabe se defender, e mesmo diante do perigo, não deixa se abater. Ela se dedica a sua faculdade, e seu roteiro de cinema, uma história sobre 3 mulheres. Nos momentos em que ela escreve ela se transforma em uma pessoa mais calma, menos hiperativa e sincera em excesso com as pessoas.
Tem um momento na história em que o jogo vira, e que eu cheguei a cogitar que Clarice fosse uma mulher um tanto que... impiedosa. Quando você ler o livro você vai entender o que quero dizer.
O relacionamento que surge entre Téo e Clarice é completamente agoniante. É engraçado que a agonia, o desconforto daqueles momentos vieram em cheio em cima de mim, e eu senti de verdade. O avanço que Téo tem com Clarice, após sequestrá-la e obrigá-la a passar um período ao lado dele, é de enlouquecer. Eles começam a se aprofundar em um jogo de tortura física e psicológica, com efeito perturbador sobre a mente de somente um deles. Clarice. Téo não se abala. Ele é frio. Mesmo se dizendo amar Clarice, ele não reage a altura com acontecimentos chocantes.
Uma coisa que achei surpreendente conforme fui lendo, é que as coisas ABSURDAS - tipo: "oooh meu Deus do céu... isso realmente está acontecendo aqui?! (pensei enquanto lia...)- que ele faz e pensa pra ele, são coerentes. Ele acha que o que ele faz é natural, na mente dele, são coisas relativamente necessárias pra que no final tudo dê certo. É isso o que ele pensa. E mesmo nas piores situações, ele não fica ressentido.
Título original: Dias Perfeitos
Editora: Companhia das Letras
Autor: Raphael Montes
Nº de páginas: 274
Lançamento: 2014
Sinopse
Téo é um solitário estudante de medicina que divide seu tempo entre cuidar da mãe paraplégica e examinar cadáveres nas aulas de anatomia. Durante uma festa, ele conhece Clarice, uma jovem de espírito livre que sonha tornar-se roteirista de cinema. Ela está escrevendo um road movie sobre três amigas que viajam em busca de novas experiências. Obcecado por Clarice, Téo quer dissecar a rebeldia daquela menina. Começa, então, uma aproximação doentia que o leva a tomar uma atitude extrema. Passando por cenários oníricos, que incluem um chalé em Teresópolis e uma praia deserta em Ilha Grande, o casal estabelece uma rotina insólita, repleta de tortura psicológica e sordidez. O efeito é perturbador. Téo fala com calma, planeja os atos com frieza e justifica suas atitudes com uma lógica impecável. A capacidade do autor de explorar uma psique doentia é impressionante – e o mergulho psicológico não impede que o livro siga um ritmo eletrizante, repleto de surpresas, digno dos melhores thrillers da atualidade. Dias perfeitos é uma história de amor, sequestro e obsessão. Capaz de manter os personagens em tensão permanente e pródigo em diálogos afiados, Raphael Montes reafirma sua vocação para o suspense e se consolida como um grande talento da nova literatura nacional.
O que achei
Logo no início do livro, já conseguimos perceber um pouco sobre o personagem principal. Mesmo se você não ler a sinopse do livro primeiro, observamos que Téo é um personagem bastante característico. Ele não tem sentimentos. E isso é algo que ele mesmo aceita sobre si próprio.
Téo é estudante de medicina, e tem um amor surreal pela área. É um estudante bastante aplicado e surpreendentemente inteligente. Muito aplicado nos estudos e na sua área. Tem uma única amiga, que é nada menos que um cadáver, do qual ele chama de Gertrudes. O narrador é onisciente em 3ª pessoa, ou seja, ele narra os fatos sempre sob a visão do personagem e mostra os pensamentos dos dele também.
Téo é um psicopata. E o livro é sempre sob a perspectiva dele. Imagine.
Sua mãe é Patrícia, ela é cadeirante e é impressionante a forma com a qual Téo se relaciona com ela. Ele não sente amor.
Mas tudo muda na vida dele, quando ele conhece Clarice.
Clarice é uma personagem marcante, completamente liberal na sua vida, não tem medo de nada, é desbocada, fumante e bebe sempre mais que o conveniente, sem se importar com as consequências. Apesar de ser uma mulher bastante irresponsável, sabe se defender, e mesmo diante do perigo, não deixa se abater. Ela se dedica a sua faculdade, e seu roteiro de cinema, uma história sobre 3 mulheres. Nos momentos em que ela escreve ela se transforma em uma pessoa mais calma, menos hiperativa e sincera em excesso com as pessoas.
Tem um momento na história em que o jogo vira, e que eu cheguei a cogitar que Clarice fosse uma mulher um tanto que... impiedosa. Quando você ler o livro você vai entender o que quero dizer.
O relacionamento que surge entre Téo e Clarice é completamente agoniante. É engraçado que a agonia, o desconforto daqueles momentos vieram em cheio em cima de mim, e eu senti de verdade. O avanço que Téo tem com Clarice, após sequestrá-la e obrigá-la a passar um período ao lado dele, é de enlouquecer. Eles começam a se aprofundar em um jogo de tortura física e psicológica, com efeito perturbador sobre a mente de somente um deles. Clarice. Téo não se abala. Ele é frio. Mesmo se dizendo amar Clarice, ele não reage a altura com acontecimentos chocantes.
Uma coisa que achei surpreendente conforme fui lendo, é que as coisas ABSURDAS - tipo: "oooh meu Deus do céu... isso realmente está acontecendo aqui?! (pensei enquanto lia...)- que ele faz e pensa pra ele, são coerentes. Ele acha que o que ele faz é natural, na mente dele, são coisas relativamente necessárias pra que no final tudo dê certo. É isso o que ele pensa. E mesmo nas piores situações, ele não fica ressentido.
Um exemplo bem sutil:
"Téo fechou as cortinas e teve certeza de que ela havia fingido dormir na noite anterior porque não queria falar com ele. Tamanha grosseria, além da imagem do enforcamento com o lençol, o deixou insatisfeito."
Eu não vou dar mais detalhes para evitar spoiler, mas ele havia acabado de cometer uma atrocidade com ela. E é esse tipo de pensamento que vem a sua cabeça.
Em todos os momentos Téo acreditava estar fazendo o melhor para Clarice, "protegendo-a" (mesmo achando a tortura necessária) acima de tudo. E tudo o que ele desejava era o amor dela. E somente para ele. Algumas coisas que acontecem lá para os momentos finais são um pouco sem nexo. Vários momentos tem uma explicação pouco plausível, não convincente.
O final então. O leitor fica impressionado. Eu me perguntava como esse livro poderia terminar. Foi trágico. Mas um trágico diferente. Impossível prever. Um final mais HORRENDO do que qualquer um poderia imaginar. O final é de deixar qualquer um nauseado, sério, foi MUITO chocante, horrível demais.
A experiência de leitura foi ótima. Além de ser de um autor brasileiro, e os acontecimentos passarem no Rio, e isso parece que nos aproxima.
E a narrativa é completamente fluida. Mais um livro que não tem aquele problema de o leitor se sentir travado em algumas passagens. E sinceramente ficou com um uma boa abertura para mais história! Se esse livro tivesse mais 100 páginas eu não iria reclamar. É uma leitura muito rápida!
E a narrativa é completamente fluida. Mais um livro que não tem aquele problema de o leitor se sentir travado em algumas passagens. E sinceramente ficou com um uma boa abertura para mais história! Se esse livro tivesse mais 100 páginas eu não iria reclamar. É uma leitura muito rápida!
Estou interessada no primeiro título do autor: Suicidas! Espero conseguir fazer a leitura em breve!
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Hey Gabi, adorei sua resenha, fiquei muito curiosa sobre esse livro parece ser do tipo viciante.
ResponderExcluirBeijos
Dani Cruz
http://blog-emcomum.blogspot.com.br/
Oi Dani!
ExcluirObrigada, fico feliz que tenha gostado ;D
Leia sim, mas se prepare para ficar chocada!
Beijos
Oi adorei.. muito obrigado, amei a maneira que vc usou para descrever essa resenha...me fez se interessar pelo livro....mas vc já leu o livro reverso escrito pelo autor Darlei... se trata de um livro arrebatador...ele coloca em cheque os maiores dogmas religiosos de todos os tempos.....e ainda inverte de forma brutal as teorias cientificas usando dilemas fantásticos; Além de revelar verdades sobre Jesus jamais mencionados na história.....acesse o link da livraria cultura e digite reverso...a capa do livro é linda
ResponderExcluirwww.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?
www.buqui.com.br/ebook/reverso-604408.html
Estou super curiosa para ler esse livro porque os comentários são super positivos, sem falar que thrillers psicológicos me agradam bastante, principalmente quando são bem desenvolvidos.
ResponderExcluirAll My Life in Books - Aguardo sua visita!